Em 2025, o Rio Grande do Norte
alcançou um marco histórico: cerca de 99% da energia produzida no estado
veio de fontes renováveis, principalmente do vento e do sol, segundo a
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O índice é o maior do país,
consolidando o RN como líder nacional em energia eólica, responsável por
32% de toda a produção brasileira.
Esse avanço trouxe impactos diretos para a economia. Apenas em 2024, o setor recebeu R$ 10 bilhões em investimentos e gerou 13 mil empregos, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec-RN).
Estudos do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne) mostram que o estado tem potencial para gerar 10 GW de energia eólica, suficiente para abastecer cerca de 20 milhões de pessoas – dez vezes mais que o consumo atual do RN.
O diferencial está na qualidade dos ventos potiguares, que garantem até 40% mais eficiência na produção quando comparados a turbinas instaladas na Europa. Esse cenário atraiu empresas internacionais, como a dinamarquesa Vestas, que opera milhares de turbinas no estado e utiliza o RN como base estratégica para toda a América Latina.
Além das grandes usinas, a energia solar também ganha espaço nos telhados residenciais, reduzindo custos e tornando a matriz mais sustentável. Um exemplo é da assistente social Karla Montenegro, que conseguiu economizar até R$ 10 mil por ano após investir em placas solares.
Com o crescimento do setor, aumenta também a demanda por mão de obra qualificada. Instituições como o Senai-RN e o CTGás-ER lideram a formação de profissionais para atender ao mercado, inclusive em áreas emergentes como o hidrogênio verde.
O mercado de energias renováveis no RN se mostra atrativo não apenas pelos salários acima da média, mas também pela perspectiva de futuro. Jovens, profissionais em transição de carreira e até aposentados têm buscado capacitação para atuar no setor, impulsionando a economia e fortalecendo a imagem do estado como referência em sustentabilidade e inovação energética.