Apesar da tendência de
queda da inflação, as tarifas de serviços públicos devem continuar pesando no
bolso dos brasileiros em 2017. Ontem, a Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) aprovou a abertura de consulta pública para a revisão tarifária da Light,
no Rio de Janeiro. O aumento médio deve ser de 12,36% nas contas de luz. As
novas tarifas podem entrar em vigor em 15 de março do próximo ano, com elevação
de 8,55% para residências e comércio e de 20,56% para indústrias. No Distrito
Federal, o projeto orçamentário de 2017 estabeleceu uma alta de 7,39% no IPTU.
Na última reunião do
Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central demonstrou preocupação
com o impacto dos preços administrados na inflação de 2017. A preocupação não
se refere apenas às tarifas de eletricidade, mas também aos combustíveis. No início
do mês, a Petrobras anunciou altas de 8,1% na gasolina e de 9,5% no diesel
vendidos nas refinarias.
Como a política de
preços da estatal tem como uma das bases a paridade de preços com o mercado
internacional, novas altas podem ocorrer se os preços do petróleo continuarem
elevados. Em entrevista ao Correio no mês passado, o presidente da estatal,
Pedro Parente, destacou que os reajustes de combustíveis seguirão uma lógica do
mercado.
André Braz, economista
da Fundação Getulio Vargas (FGV), disse que os preços da energia elétrica não
devem dar alívio ao consumidor em 2017. “As empresas de transmissão de energia
precisam quitar uma dívida de R$ 65 bilhões. Podemos prever um reajuste médio
de 12% nas tarifas do próximo ano”, disse. Na ata da reunião do Copom, o BC
afirmou que a energia elétrica também sofre com recomposição tarifária para
corrigir “distorções das políticas passadas”.
Newton Marques,
professor de economia da Universidade de Brasília (UnB), afirmou que as altas
tarifárias não devem frear os cortes de juros do Banco Central, já que os
aumentos devem ser compensados pela queda de outros itens, como alimentos. O BC
prevê inflação de 4,9% e taxa Selic de 10,75% ao ano no fim de 2017.
Ainda ontem, a Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou reajuste nas tarifas de
pedágio de quatro concessionárias. Os preços de pedágio na Autopista Planalto
Sul, na BR-116, no Paraná e em Santa Catarina, aumentarão de R$ 4,80 para R$
5,60. O reajuste entra em vigor a partir de segunda-feira. Na Autopista Fernão
Dias (BR-381), que liga Minas Gerais e São Paulo, a tarifa passa de R$ 1,80
para R$ 2,10 na mesma data. A Autopista Régis Bittencourt (BR 116), entre São
Paulo e Paraná, também terá aumento a partir de 29 de dezembro, de R$ 2,50 para
R$ 3.
CorreioBraziliense*