O Ministério da Igualdade Racial
(MIR) informou neste domingo (21) que acionará autoridades da Espanha para
tomar providências após mais um caso de racismo sofrido pelo jogador
brasileiro Vini Jr., atacante do Real Madrid, no jogo do seu time contra o
Valencia, no Estádio Mastalla, casa do adversário.
“Repudiamos mais uma agressão
racista contra o Vini Jr. Notificaremos as autoridades espanholas e a La Liga
[Liga de futebol da Espanha]. O Governo brasileiro não tolerará racismo nem
aqui nem fora do Brasil! Trabalharemos para que todo atleta brasileiro negro
possa exercer o seu esporte sem passar por violências”, diz uma nota da pasta
divulgada nas redes sociais.
Durante a derrota da equipe dele
para o Valencia por 1 a 0, Vini escutou insultos racistas e gritos de “macaco”
vindos das arquibancadas, gritados por milhares de torcedores. O jogo foi
paralisado por cerca de oito minutos e, posteriormente, o jogador foi expulso
ao se envolver em uma confusão. Nas imagens, ele chegou a ser contido por
jogador adversário com um golpe de enforcamento.
Em Hiroshima, no Japão, após
participar da Cúpula do G7, presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou solidariedade ao jogador brasileiro, considerado
um dos maiores craques em atividades no mundo. Para o presidente, a Federação
Internacional de Futebol (Fifa), a liga espanhola e as ligas de futebol de
todos os países devem tomar providências para que o “racismo e o fascismo” não
tomem conta do futebol.
“Não é possível que quase no meio
do Século 21 a gente tenha o preconceito racial ganhando força em vários
estádios de futebol na Europa”, disse. “Não é justo que o menino pobre que
venceu na vida, que está se transformando possivelmente em um dos melhores
[jogadores] do mundo – certamente do Real Madrid é o melhor – seja ofendido em
cada estádio que ele comparece”, acrescentou Lula.
O presidente do Senado, Rodrigo
Pacheco, também usou as redes sociais para comentar o episódio.
"Repugnantes os insultos racistas proferidos contra o jogador brasileiro
Vinicius Júnior, na Espanha. Estádio de futebol é espaço para jogadores e
torcedores de todas as cores. Já o lugar de racista é outro!", escreveu.
Esta não é a primeira vez que o
jogador é atacado. Pelas redes sociais, ele manifestou sua revolta com a La
Liga.
“Não foi a primeira vez, nem a
segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha
normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O
campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos
racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a
imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não
concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas.
E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como
defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas.
Mesmo que longe daqui”, desabafou.
AgênciaBrasil*