Controlar os processos erosivos e recuperar os trechos
degradados na bacia do Rio São Francisco também fazem parte das ações de
revitalização promovidas pelo Ministério da Integração Nacional. Até o momento,
foram realizadas ações para a proteção e a recuperação de aproximadamente 1.177
nascentes de rios em Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Ceará. Em relação a
matas ciliares e matas de topo, foram protegidos ou recuperados cerca de 20 mil
hectares.
Desde 2011, por meio da
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
(Codevasf), o ministério investiu aproximadamente R$ 166,9 milhões no controle
de processos erosivos, ações que beneficiaram direta ou indiretamente cerca de
23 milhões de habitantes.
As intervenções
consistem em utilizar técnicas de manejo adequado do solo e da água nas
propriedades rurais. Também foram realizados trabalhos visando a conservação e
preservação de outros recursos naturais. Essas ações têm efeito direto sobre os
recursos hídricos da bacia do Rio São Francisco, pois promovem o aumento da
infiltração de água no solo e reduzem o escoamento superficial das águas
pluviais, evitando o assoreamento dos cursos d’água e o empobrecimento dos
solos.
As técnicas para
controlar a erosão podem ser cercamento e revegetação de nascentes, matas
ciliares e áreas de topo de morro; implantação de estruturas de conservação de
solo e água, como terraços e barraginhas; adequação ambiental de estradas
rurais; e contenção e recomposição de margens.
Ações
As 48 intervenções de
contenção de processos erosivos concluídas estão localizadas nos estados de
Alagoas (5), Bahia (13), Minas Gerais (14), Pernambuco (10) e Sergipe (6).
Outras 20 estão em andamento. Também foram implantados cinco Centros de
Referência em Recuperação de Áreas Degradadas (CRADs) para a realização de
pesquisas em parceria com universidades em Brasília (DF), Petrolina (PE),
Jaunaúba (MG), Arcos (MG) e Arapiraca (AL).
Uma técnica bastante
utilizada para a contenção da erosão é a proteção e o isolamento de nascentes,
matas ciliares e matas de topo, por meio de cercamento. A ação evita o acesso
de animais, a sedimentação e o assoreamento de corpos d´agua, garantindo a
preservação e recomposição da vegetação local. Até o momento, já foram
protegidas 1.177 nascentes e construídos 3.640 quilômetros de cercas,
recuperando 20.340 hectares de áreas dos biomas Caatinga, Cerrado e Mata
Atlântica ao longo das bacias do rio São Francisco.
As barraginhas também
são empregadas e consistem na escavação de bacias no solo para captar água das
enxurradas e conter a decantação de sedimentos, favorecendo a infiltração da
água no lençol freático e a perenização dos rios. Já foram executadas 39 mil
barraginhas, garantindo a recuperação deaproximadamente 13 mil hectares ao longo da bacia do rio
São Francisco e 78 milhões m³ de água inflitrados por ciclo de chuvas.
Já o método de
terraceamento promove a captação da água das enxurradas, a contenção e a
decantação de sedimentos e a infiltração da água para o lençol freático por
meio de cortes ou divisões do terreno em sentido perpendicular à declividade. O
objetivo é garantir a retenção das águas das enxurradas e o armazenamento do
líquido no solo. Já foram executados 7 mil quilômetros de terraços para a
proteção de áreas de produção, recuperando 17 mil hectares de áreas degradadas,
que geralmente são utilizadas por pequenos produtores para a produção animal e
de alimentos. Cada quilômetro de terraço implantado recupera 2,5 hectares de
área degradada, além de potencializar a produtividade em áreas aproveitadas
pela agricultura familiar.
Também são criadas
estradas ecológicas, por meio da técnica de cascalhamento e obras de drenagem,
com a finalidade de direcionar adequadamente as águas pluviais. Já foram
readequados 321 km dessas estradas.
Para reduzir a erosão
nas margens é realizada a suavização do talude e a revegetação com mudas de
espécies nativas, que atuam na fixação do solo. O objetivo é reduzir o
carreamento e deposição de sedimentos e resgatar a função de corredor ecológico
dessas margens, beneficiando a fauna e a flora. A ação também promove a
melhoria da navegabilidade do São Francisco, reduzindo os chamados “bancos de
areia” no leito do rio. Em parceria com o Ministério da Defesa e a Companhia de
Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (CERB), já foram recuperados 9.160
metros de margens ao longo da bacia do rio São Francisco.
Além dessas obras, o
ministério, por meio da Codevasf, realiza outras ações de revitalização na
bacia do rio São Francisco para melhorar a oferta de água em qualidade e em
quantidade do manancial. Desde 2007, diversas iniciativas são desenvolvidas
para a preservação da dessa bacia nos estados de Alagoas, Bahia, Minas Gerais,
Pernambuco e Sergipe – área de atuação da Companhia. Do total de 224
empreendimentos de esgotamento sanitário, processos erosivos e resíduos
sólidos, 137 já foram concluídos nesses estados. O investimento federal foi de
R$ 2,1 bilhões.
As estratégias são
realizadas em quatro eixos: sistemas de esgotamento sanitário, gestão de
resíduos sólidos, controle de processos erosivos e sistemas de abastecimento de
água, que já beneficiaram a população de 319 localidades nos cinco estados (AL,
BA, MG, PE e SE). Até o momento, 1.177 nascentes foram recuperadas e foram
produzidos cerca de 135 milhões de alevinos (peixes juvenis), dos quais
aproximadamente 73 milhões foram utilizados em projetos de desenvolvimento
sustentável e 62 milhões na recomposição da fauna de peixes. Nesse período
foram realizados cerca de 700 peixamentos (ações de distribuição de peixes) com
espécies nativas, que contribuíram para a revitalização do rio e a manutenção
dos estoques pesqueiros.
Essas atividades
alcançam diversos pontos dessa bacia e afetam, direta ou indiretamente, a vida
de mais de 18 milhões de pessoas, distribuídas em área superior a 600 mil
quilômetros quadrados.
Assessoria de
Comunicação Social
do Ministério da Integração Nacional.
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