O Ministério Público
Estadual e o Município de Natal ajuizaram, conjuntamente, ação cível com pedido
de tutela de urgência para determinar o Estado a concluir os trâmites
burocráticos e financeiros do Termo de Cooperação entre Entes Públicos (TCEP)
do atual exercício de 2016, bem como para garantir a regularidade dos repasses
mensais para complemento do custeio, em regime de cooperação financeira mútua,
dos serviços de atenção em média e alta complexidade para usuários do Sistema
Único de Saúde (SUS) tanto da capital quanto provenientes do interior do Rio
Grande do Norte.
São serviços de atenção em saúde nas especialidades de clínica médica,
cirurgia, obstetrícia, pediatria, psiquiatria e pneumologia, entre outros, que
já estão paralisados ou em risco de paralisação por prestadores, devido a falta
de pagamento.
O Estado e o Município de Natal firmaram termo de cooperação no ano passado,
destinado a formalizar a transferência fundo a fundo de recursos financeiros,
visando o fortalecimento da atenção especializada à saúde, contemplava recursos
no total de R$ 63,6 milhões, sendo 60%, ou seja, pouco mais de R$ 38 milhões
correspondente a repasses advindos do tesouro estadual, mas sobre o qual ainda
resta um débito de R$ 3,1 milhões.
Por outro lado, o TCEP 2016 foi somente assinado no início deste mês de agosto,
durante reunião de comissão do Fórum de Defesa da Saúde Pública, existindo
pendências financeiras de procedimentos realizados entre janeiro e julho, que
somados ao débito de 2015, totalizam um passivo da ordem de R$ 10 milhões.
Essa inadimplência tem comprometido o pagamento dos débitos com os hospitais
contratualizados, com cooperativas médicas e outros serviços, penalizando a
assistência à saúde de grande número de pacientes não só de Natal, como também
de outros municípios do Estado.
Dois exemplos recentes de paralisações são: a do atendimento pelo Hospital do
Coração dos pacientes do interior do Estado, em virtude da falta de pagamento
(neurocirurgia, cirurgia cardíaca, oncológica, hemodinâmica, marcapasso, etc);
e a paralisação dos neurocirurgiões do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel pelo
mesmo motivo.
Antes do ajuizamento da ação, o MPRN expediu Recomendação aos secretários
estaduais de Saúde, e de Planejamento e Finanças, abrindo prazo para adoção de
medidas administrativas necessárias à quitação das pendências financeiras
visando adimplemento e o restabelecimento dos serviços, mas os titulares das
duas pastas não apresentaram resposta, nem muito menos tomaram medidas
concretas para resolução do problema.
Como a inadimplência da Sesap referente ao TCEP perante o Município de Natal
coloca em grave risco a saúde e a vida da população, assinaram a ação o
procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis Lima, e o procurador-geral do
Município, Carlos Santa Rosa D'Albuquerque Castim.
Na ação, o MPRN e o Município de Natal requerem que a Justiça determine que o
Estado finalize em até dez dias os trâmites do Termo de Cooperação entre Entes
Públicos (TCEP) referente ao exercício de 2016; que efetue o complemento do
custeio referente as despesas do último mês de julho ainda em aberto,
correspondente a R$ 3,5 milhões; além de obrigar o Estado a repassar
mensalmente os valores do cofinanciamento previstos no TCEP deste ano.
Confira aqui a íntegra da ação
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