O piso salarial dos
professores em 2017 terá um reajuste de 7,64%. Com isso, o menor salário a ser
pago a professores da educação básica da rede pública deve passar dos atuais R$
2.135,64 para R$ 2.298,80. O anúncio foi feito hoje (12) pelo Ministério da Educação
(MEC).
O piso salarial dos
docentes é reajustado anualmente, seguindo as regras da Lei 11.738/2008, a
chamada Lei do Piso, que define o mínimo a ser pago a profissionais em início
de carreira, com formação de nível médio e carga horária de 40 horas semanais.
O ajuste deste ano é
menor que o do ano passado, que foi de 11,36%. O valor representa um aumento
real, acima da inflação de 2016, que fechou em 6,29%. O novo valor começa a
valer a partir deste mês.
"Significa um
reajuste acima da inflação, cumprindo a legislação", disse o ministro da
Educação, Mendonça Filho. "É algo importante porque significa, na prática,
a valorização do papel do professor, que é central na garantia de uma boa
qualidade da educação. Não se pode ter uma educação de qualidade se não
tivermos professores bem remunerados e motivados", acrescenta.
A lei vincula o aumento
à variação ocorrida no valor anual mínimo por aluno definido no Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Fundeb). Pela lei, os demais níveis da carreira não
recebem necessariamente o mesmo aumento, o que é negociado em cada unidade
federativa.
Aumento de R$ 5,083
bilhões nos gastos municipais
Em um cenário de crise,
o reajuste preocupa estados e municípios. Estudo divulgado pela Confederação
Nacional dos Municípios (CNM) mostra que o reajuste do piso salarial dos
professores vai gerar um aumento de R$ 5,083 bilhões nos gastos municipais.
De acordo com a CNM, de
2009 a 2016 os gastos com a folha de magistério tiveram uma expansão de R$
41,829 bilhões. O valor já cresceu 241,9%, muito acima da inflação relativa ao
período e maior do que o próprio aumento das receitas do Fundeb.
O Fundeb é formado, na
quase totalidade, por recursos provenientes dos impostos e transferências dos
estados, Distrito Federal e municípios, vinculados à educação. Além desses
recursos, ainda compõe o Fundeb, a título de complementação, uma parcela de
recursos federais. Pelo menos 60% desses recursos devem ser destinados a
pagamento de pessoal.
Segundo a CNM,
atualmente, os municípios comprometem, em média, 78,4% dos recursos do Fundeb
apenas com a folha de pagamento desses profissionais, de acordo com dados do
Sistema de Informação sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope). Em 2015, mais de 70 Municípios já comprometiam 100% desses recursos.
O ministro da Educação
ressaltou que, ao final do ano passado, o governo antecipou o repasse de R$
1,25 bilhão do Fundeb. "O pagamento foi honrado ainda dentro do exercício
de 2016, o que não ocorria. O prazo para que o repasse fosse feito é até abril
do ano subsequente", disse.
Ele acrescenta que, em
2017, os repasses aos estados e municípios serão mensais, "o que vai
totalizar R$ 1,3 bilhão e ajudará o fôlego dos estados e municípios e suas respectivas
folhas", finalizou.
AgênciaBrasil*
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