O plenário do Senado
Federal vota nesta nesta terça-feira (11) o texto da reforma trabalhista.
Segundo o presidente da Casa, Eunício Oliveira, a discussão do projeto já foi
encerrada. A proposta em votação na Casa muda pontos da legislação trabalhista
como férias, jornada, remuneração e plano de carreira, além de implantar e
regulamentar novas modalidades de trabalho, como o trabalho remoto (home office)
e o trabalho por período (intermitente).
O projeto prevê ainda
que a negociação entre empresas e trabalhadores prevalecerá sobre a lei em
pontos como parcelamento das férias, flexibilização da jornada, participação
nos lucros e resultados, intervalo, plano de cargos e salários, banco de horas,
remuneração por produtividade e trabalho remoto.
No entanto, pontos como
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), salário-mínimo, 13º salário,
seguro-desemprego, benefícios previdenciários, licença-maternidade e normas
relativas à segurança e saúde do trabalhador não podem entrar na negociação.
O texto que será votado
é o mesmo aprovado pela Câmara dos Deputados, onde foi aprovado em plenário por
296 votos a favor e 177 contrários. De acordo com o Senado, foram apresentadas
864 emendas de senadores. No entanto, os relatores Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e
Romero Jucá (PMDB-RR) não aceitaram qualquer uma das sugestões de mudança
defendidas por senadores não só da oposição, mas também da base governista.
Tramitação e vetos
Se alguma alteração for
aprovada pelos senadores, o projeto de reforma trabalhista terá de voltar para
nova análise da Câmara dos Deputados. Caso os senadores confirmem o texto sem
mudanças, o projeto segue para sanção presidencial. O presidente Michel Temer
reafirmou recentemente o compromisso com os senadores de vetar os trechos da Reforma Trabalhista que foram
acordados com os parlamentares para garantir a aprovação da matéria. No acordo,
o governo também se comprometeu a editar, posteriormente, uma medida provisória
regulamentando as lacunas que serão deixadas pelos vetos.
Entre os vetos sugeridos
está o tratamento da gestante e do lactante em ambiente insalubre. O texto
prevê que a trabalhadora deverá ser afastada automaticamente, durante toda a
gestação, apenas das atividades consideradas insalubres em grau máximo. Para
atividades insalubres de graus médio ou mínimo, a trabalhadora só seria
afastada a pedido médico.
Outra sugestão é vetar a
alteração que permite que o acordo individual estabeleça a chamada jornada 12
por 36, na qual o empregado trabalha 12 horas seguidas e descansa as 36
seguintes. Em relação ao trabalho intermitente, foi recomendado veto aos
dispositivos que regulamentam a prática na qual a prestação de serviços não é
contínua, embora com subordinação. Nesse tipo de trabalho, são alternados
períodos de prestação de serviços e de inatividade, independentemente do tipo
de atividade do empregado.
Durante a tramitação da
reforma trabalhista no Senado, a proposta recebeu pareceres pela aprovação
na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e na Comissão
de Constituição e Justiça (CCJ) e pela rejeição na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) . O fato de ter
sido rejeitada na CAS não modifica a tramitação da reforma.
AgênciaBrasil*
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