A população desempregada no Rio Grande do Norte passou de uma média de
155 mil pessoas em 2014 para 187 em 2015, um avanço de 20,8%, segundo dados da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada
ontem, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A
população ocupada ficou em 1,546 milhão em 2015, ante uma média de 1,498 milhão
em 2014. O que representou um aumento de 3,3% em relação ao período anterior.
Com o aumento em relação ao ano anterior, o
Rio Grande do Norte fechou o ano passado com uma taxa de taxa de desocupação–
que inclui os desempregados e as pessoas que não procuram empregos no período –
em 12,1%. O índice potiguar é o terceiro mais alto do país. O Amapá mostrou a
maior taxa de desocupação, com 12,5% de pessoas desocupadas.
“O índice mostra que um número maior
potiguares procurou emprego e não conseguiu uma ocupação neste período. Isso se
explica por não haver aumento na quantidade de vagas abertas de trabalho. No
último ano, a oferta se manteve menor que a demanda de trabalhadores”, explica
José Aldemir Freire, chefe da unidade estadual do IBGE.
O fenômeno pode ser explicado pelo aumento
de pessoas que ocuparam um posto de trabalho. Em 2015, a estimativa foi de
1,359 milhão de potiguares ocupados, contra 1,342 milhão de 2014. Um aumento
real de 1,2%. Ou seja, bem abaixo da taxa de desocupação no período, que
fechou o ano em 12,1%.
Apesar do aumento em relação ao último
trimestre de 2014, a taxa de desocupação do último trimestre do ano passado
caiu 5,5% em relação ao terceiro trimestre de 2015. Até setembro passado, o Rio
Grande do Norte registrava uma população de 155 mil pessoas desocupadas, contra
o contingente de 187 mil de dezembro.
De acordo com Aldemir Freire, um fato que
chama atenção sobre o mercado de trabalho potiguar é o relativo aumento da
renda média dos empregados. Em dezembro passado, o trabalhador recebeu em média
R$ 1,509 mil, o que é 11,3% maior que no mesmo período de 2014. “Mesmo em meio
ao alto índice de desocupação, a renda do trabalhador apresentou aumento”,
detalha.
Uma explicação para isso pode ser o aumento
do contingente de servidores públicos no Rio Grande do Norte. Em 2015, o número
de empregados do serviço público foi de 234 mil. Um aumento de 6,1% em relação
ao mesmo período do ano anterior. Soma-se a isso, de acordo com a pesquisa, com
o aumento da renda média deste tipo de trabalhador, que fechou o ano passado
ganhando 12,7% a mais que em 2014.
Natal terminou 2015 com uma taxa de
desocupação de 11,5%. A segunda mais alta da região, ficando atrás de Salvador
(BA), que fechou com 13,3%. No país, a cidade de Macapá (AP) registrou a maior
taxa de desocupação com 14,6%. A renda média do trabalhador em Natal ficou em
R$ 2,196 mil. Isto representa uma diferença de quase 45% em relação à média dos
trabalhadores no Rio Grande do Norte.
As atividades que mais fecharam postos de
trabalho em 2015 foram a indústria e trabalhos domésticos. O setor industriário
terminou 8,7% menor. Ao todo, com mais de 123 mil empregados, o segmento fechou
mais de 12 mil vagas no ano passado.
Em segundo lugar, com redução de 13,9%,
está o serviço doméstico. O setor desempregou 14 mil pessoas em todo o ano
passado.
Novojornal*
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