O governo federal vai
divulgar na terça-feira que vem, dia 14, o calendário de saque das contas
inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O anúncio está
previsto para ocorrer às 11 horas no Palácio do Planalto.
Como o jornal O Estado de
S. Paulo antecipou em janeiro, os 10,1 milhões de trabalhadores que possuem
saldo em contas inativas do fundo poderão sacar os recursos a partir de março.
A ordem dos saques deve ser baseada no mês de aniversário do trabalhador.
A retirada deve ser feita
até julho, conforme informou o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. A
Caixa vai criar um site para orientar os trabalhadores. Os correntistas do
banco estatal poderão ter o dinheiro transferido direto para a conta.
De acordo com dados
oficiais, há atualmente 18,6 milhões de contas inativas há mais de um ano, com
saldo total de R$ 41 bilhões. A estimativa do governo é que 70% das pessoas com
direito ao saque procurem a Caixa para ter acesso aos saldos das contas. Para
os defensores da ideia, os saques não vão causar impacto significativo no saldo
do FGTS, que é da ordem de R$ 380 bilhões.
Assim que foi divulgada
essa medida, como pacote de presente de Natal do governo, o setor da construção
criticou a decisão de liberar o saldo total das contas inativas. A primeira
ideia do governo era limitar entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil. Na última hora, o
presidente Michel Temer foi convencido a não colocar limite para os saques com
o argumento de que 86% dessas contas têm saldo inferior a R$ 880 (salário
mínimo de 2016).
Com base em dados do FGTS
e outros indicadores econômicos, o banco Santander estima que apenas 1,2% das
contas inativas do FGTS – cerca de 100 mil cotistas – têm saldo superior a R$
17,6 mil que, somados, respondem pela grande parcela de R$ 20 bilhões
depositados. O montante é praticamente a metade de todo o saldo inativo do
Fundo, que soma R$ 41,4 bilhões.
Ao mesmo tempo, outros 94%
dos cotistas têm saldo entre zero e R$ 3,5 mil. Somado, esse grupo majoritário
em número de trabalhadores responde pela parcela minoritária de 17% dos
depósitos. Essa grande concentração de recursos na mão de poucos trabalhadores
limita o impacto da liberação dos recursos sobre a demanda e o pagamento de
dívidas, diz o banco espanhol.
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