Aprovado pelo
Senado, o texto da reforma do ensino médio segue para sanção do
presidente Michel Temer. A medida provisória manteve todos os eixos do texto
final aprovado pela Câmara.
Saiba como ficou a proposta de reforma
do ensino médio:
O que é a reforma do ensino médio?
É um conjunto de novas diretrizes para
o ensino médio implementadas via medida provisória e apresentadas pelo governo
federal em 22 de setembro de 2016. Para não perder a validade, o texto
precisava ser aprovado em até 120 dias (4 meses) pelo Congresso Nacional.
Quando a reforma começa a valer?
As mudanças podem começar a ser
implementadas a partir de 2018, de acordo com o texto da MP, no segundo ano
letivo subsequente à data de publicação da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC), mas pode ser antecipado para o primeiro ano, desde que com antecedência
mínima de 180 dias entre a publicação da Base Nacional e o início do ano
letivo. A BNCC encontra-se em discussão no Ministério da Educação e ainda terá
de ser aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). A expectativa é que a
Base seja definida até o fim de 2017.
O ministro da Educação, Mendonça
Filho, disse que não há um prazo máximo para que todas as escolas estejam no
novo modelo e que espera que haja uma demanda dos próprios estados para
acelerar o processo.
Quais são as principais mudanças?
O currículo deve ser 60% preenchido
pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – no texto original da MP a
expectativa era que 50% fossem preenchidos pela base. Os 40% restantes serão
destinados aos chamados itinerários formativos, em que o estudante poderá
escolher entre cinco áreas de estudo. O projeto prevê que os alunos poderão
escolher a área na qual vão se aprofundar já no início do ensino médio. As
escolas não são obrigadas a oferecer aos alunos todas as cinco áreas, mas
deverão oferecer ao menos um dos itinerários formativos.
No conteúdo optativo, o aluno poderá
se concentrar em uma das cinco áreas abaixo:
1. linguagens e suas tecnologias
2. matemática e suas tecnologias
3. ciências da natureza e suas tecnologias
4. ciências humanas e sociais aplicadas
5. formação técnica e profissional
Profissionais de notório saber podem
dar aula?
A permissão para que professores sem
diploma específico possam dar aulas no ensino técnico e profissional foi
mantida.
Como fica a carga horária?
A proposta também estabelece uma meta
de ampliação da carga horária para pelo menos mil horas anuais. O prazo para
que a nova carga horária seja implantada em todas as escolas de ensino médio é
de, no máximo, cinco anos. O governo federal deve oferecer apoio financeiro.
Qual será a língua estrangeira
oferecida: inglês ou espanhol?
O inglês passa a ser a língua
estrangeira obrigatória a partir do sexto ano do ensino fundamental. Antes da
reforma, as escolas podiam escolher se a língua estrangeira ensinada aos alunos
seria o inglês ou o espanhol. Se a escola oferecer mais de uma língua
estrangeira, a segunda língua, preferencialmente, deve ser o espanhol, mas isso
não é obrigatório.
Que alterações foram feitas pelo
Congresso Nacional?
Quando passou pela Câmara, a medida
recebeu emenda restabelecendo a obrigatoriedade das disciplinas de educação
física, arte, sociologia e filosofia na Base Nacional Comum Curricular, que
estavam fora do texto original. A oposição no Senado tentou obstruir a votação
e apresentou diversas sugestões de emenda para tentar modificar o texto, mas
elas foram rejeitadas pela maioria do plenário.
Quais foram os questionamentos quanto
à reforma?
A Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação (CNTE) e o Sindicato dos Professores do Ensino
Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) divulgaram um manifesto contra a MP do Ensino Médio. O documento repudia a iniciativa do governo federal de
promover, por meio de medida provisória, uma reforma sem debate ou consulta à
sociedade.
No fim do ano passado, o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou parecer ao Supremo
Tribunal Federal (STF) no qual afirma que a medida provisória de reforma
do ensino médio é inconstitucional.
A secretária executiva do MEC, Maria
Helena Guimarães, defendeu a urgência de uma reforma como justificativa para a
edição de uma MP e ressaltou que a questão é discutida há anos.
Já o ministro da Educação, Mendonça
Filho, disse que a MP prevê a flexibilização do ensino médio com o objetivo de
torná-lo mais atraente para o jovem.
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