O
Ministério Público Federal (MPF) obteve uma liminar que determina à Faculdade
Integrada do Brasil – Faibra (mantida pela Associação Educacional Cristã do
Brasil) - a suspensão dos cursos de “extensão universitária”, “livres” ou “de
aperfeiçoamento” que vinha realizando em todo o Rio Grande do Norte, promovidos
sob a alegação que serviriam para obtenção do diploma de graduação em
Pedagogia. A instituição, localizada em Teresina no Piauí, não tem autorização
para ministrar esses cursos fora de sua sede, mas captava os alunos através de
publicidade enganosa.
A Faibra já havia sido
impedida de manter tais cursos especificamente no Município de Tenente
Laurentino, em outra ação do MPF que já obteve, inclusive, sentença
determinando o pagamento de danos materiais e morais aos estudantes. A nova
liminar agora amplia a suspensão dos cursos a todo o estado e é fruto de uma
ação civil pública de autoria da procuradora regional dos Direitos do Cidadão,
Caroline Maciel. A faculdade conta com, pelo menos, 1.200 alunos no RN, em
municípios como Umarizal, João Câmara, Ipanguaçu, Mossoró, Bodó, Japi,
Alexandria, Rio do Fogo e Ceará-Mirim, entre outros
Na liminar, o juiz
federal Magnus Delgado determina, além da paralisação dos cursos, a suspensão
da expedição de diplomas de graduação baseados nesses cursos, bem como da
cobrança de mensalidades ou outras taxas aos estudantes. O magistrado acatou,
ainda, o pedido do MPF para bloquear R$ 1 milhão das contas bancárias ou dos
bens da faculdade e da associação que a mantém, para o caso de uma decisão
futura vir a exigir a reparação dos danos.
Fraude – A Faibra vem ofertando irregularmente curso de Graduação em
Pedagogia, em diversos municípios potiguares, através de publicidade enganosa a
respeito de cursos livres, de extensão ou aperfeiçoamento que seriam, ao final,
“validados” e “aproveitados” como carga horária do curso de nível superior em
Pedagogia. Isso sem que os alunos precisassem passar por qualquer processo
seletivo e sem que a faculdade tivesse autorização do Ministério da Educação
(MEC) para promover essas atividades fora de sua sede.
A expansão ilegal das
atividades da Faibra se iniciou em 2008, através do chamado “Programa de
Educação Continuada – PROEC”. Em regra, a faculdade firma convênios com
instituições de ensino locais. Em Tenente Laurentino, o “parceiro” era o
Instituto Educacional de Menezes Ltda., que não possuía autorização do MEC para
promover qualquer tipo de curso. “O mais grave, porém, vislumbra-se no anúncio
publicitário da demandada, no qual são oferecidas vagas em Curso de Graduação
em Pedagogia, com a garantia de diploma de graduação, em município do Estado do
Rio Grande do Norte”, reforça a decisão judicial.
A ação civil pública
tramita na Justiça Federal sob o número 0810098-93.2016.4.05.8400.
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